sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A vaguear ando eu
Aqui nestas ruas sem sentido
Ando passo e corro
Sem nada ver e em tudo ser visto.
Atravesso estas pontes que se opõem perante mim
E de cá para lá vou
E de lá para cá venho
Vezes sem conta
Ás vezes sem jeito
Muitas vezes sem desejo
Mas sempre com respeito.
E nada, nada me faz lembrar de mim
Apenas de uma sociedade suja
Uma sociedade impura e incapaz
De ver o mal no bem que tanto fala
E corrigir esse bem num mal que se propaga.

E a cada luar
Eu me sento na calcada a pensar
Em nada e em tudo
Contruindo o nada em tudo
E do tudo nada destruindo
Faço os pensamentos mais completos
Que no fundo eu sei talvez não acontecerão
Mas tenho força
Tenho garra
Tenho ambição para tornar sonhos em realidade.
Já perdi muita coisa
Sempre lutei e sempre lutarei
Aquilo que gosto tento manter
Numa forma imprudente que me sustende
Na pessoa que sou
E naquilo que desejo
Enquanto penso aqui
Nesta calcada fria e abandonada.

Mas tudo tem motivos
Nada vai nem vem sem motivo
Eu sou o motivo das minhas desgraças
E o motivo das minhas felicidades
Eu sou aquilo que chama e afasta
Tudo que na vida me cruza e chama.
Todas as aguas voltam ao seu mar
Mas eu perdi o meu
À muito que vagueio
À muito que anseio
E agora que encontrei um sitio no qual me voltei a sentir
Não pretendo sair
Pretendo ficar, lutar
Sorrir por mais um dia
Dia em que me encontro
Dia em que posso continuar a sonhar
Até amanhã acordar
E te voltar a encontrar.

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