segunda-feira, 25 de julho de 2011

Um dia fomos o tudo do qual se falava
Hoje somos o que resta do nada
De uma conta acabada,
Da forma como começou
Com um raciocínio incalculável
Definido por uma coisa que deverias saber
E que não ficou mostrada.

Da forma como andas para a frente
O tempo recua sem mágoa
Tudo parece um dejavu de mil palavras
Vividas ao esplendor do tempo
Criado por aquilo que de vivido as imagens fazem desaparecer
E nada podes fazer
Nada podes escrever, sentir, reflectir
Porque és assim
És tudo que o tempo não deseja
O tempo afasta
O tempo esquece recordando.

Voas junto ao mar
Sozinho
Onde num tempo longínquo
Voaste a meu lado como um só
Fazendo das terras céu
E de céu um universo sem fim
Onde tudo se ligava por ligações químicas constantes.

E de uma inocência enorme
Viajas desamparado
Com todo o mundo para ir e sem nenhum para ficar
Onde tudo é paraíso num inferno de incompreensão
Da qual a tua mente se sente em casa
De uma maneira idealizada.

sábado, 23 de julho de 2011

Anda daqui para lá...

Anda daqui para lá
Anda a balançar os teus olhos
Pelos braços alheios da falsidade
Dados pelos prazeres ambíguos e irrealistas.

Eu estou vivo
Dentro de toda uma lama fria
Deixada por nada
Criada por uma chama
Chama de passados sujos
De um imenso reflexo onde nada e tudo se encontra.

E naquela pequena caixa
Sim essa caixa ao teu lado
Encontra-se o maior tesouro
Aquele que todos temos mas ninguém possui
Aquele que todos anseiam, ninguém deduz.

Abre lá a caixa
É tudo que tenho para ti
Nada meu,nada teu,nada de ninguém
Tudo de quem a encontrar
Nada de quem não a abrir.

Eu desisti dela
Não me faz falta? E a ti?
Será que sim? Será que não?
Porque me olhas assim?
Eu sou ninguém no final de tudo
E tudo no inicio do fim..

No meu universo eu sou igual a ti
Todos os nossos erros são iguais sendo diferentes
Todos erramos, todos perdoamos, todos choramos
E no meu universo
Os teus olhos molhados
Fazem meus braços desarmados
Segurarem a pessoa que os molha..

Abre a caixa a vê o que nela se encontra...
Nada.. exactamente
Pensas que é nada
E nada é muito
Muito poder em tão pouca coisa
Poder de decidir
Poder de pensar
Poder de me olhar e sentir.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

já não escrevia a algum tempo

E cada vez mais lentamente
Sei que sabes que sim
És um mundo lá fora
Onde nada se pode dizer
Sem dar a volta ao mundo, sem o tempo entender.

E a qualquer hora
Olhas para o fim, olhas para mim
E sais pela porta semi aberta que deixaste
Aquela que não tem nada a dizer
Nada a fazer
Aqui e agora deixa a volta ao mundo
Para eu a fazer e a sentir
Para eu partir.

Vemo-nos depois
Num campo verde e aberto
Com a melodia natural
De uma respiração dolorosa
Continuando a correr com as palavras deixadas por dizer
A lamentar aos ventos
A morte da sua intenção sem fim
Dos seus suspiros sem hora..

Deixa a volta ao mundo
E se estás afim
Olha para mim pois tudo tem um fim
Deixa aquilo e pára os teus olhos
Olha para mim e para a vida
E falemos depois
A qualquer hora
A qualquer momento
No nosso fim
No nosso adeus
Em qualquer sorriso que nossa ligação perdida
Reúne e adora.