terça-feira, 24 de maio de 2011

Distância sentimental

Isto não são palavras mansas
Nem palavras amorosas
É uma junção de
Realidades visíveis e apetecíveis
Dentro de um quadro com mil razões e sermões.

Andamos sempre com o coração na mão
Dentro desta casa sem forma e escura
Situado num túnel sem sentido e fim
Na qual uns chamam de ódio
Outros tristeza ou saudade
Outros dizem ser do coração partido.

Mas se ele está partido como não se despedaça no chão
Não nos corta por dentro e faz sangrar?
Talvez nos corte!
Mas de uma espiritual e não corporal
Onde reina a desilusão e depressão
Na qual tudo foge e parece longe
Tudo vai e não volta ao nosso horizonte.

Mas como tudo que vai volta e tudo que volta vai
Nada dura para sempre como sempre o que dura vai para o nada
A nossa distância que parece longa de verdade é curta
Na qual eu me apercebo
Estar perto não é físico é sentido
Sentido por dentro e por fora
Mesmo que para tal não tenha que te tocar na face
Nesta mistura de sentimentos
Num momento de saudade e compaixão
Que este meu coração transmite.