quinta-feira, 31 de março de 2011

Palavras inertes..

Tudo passou
Estás sozinho e perguntaste
Aonde estão as forças e esperança
Para avançar pelo vale fora.

Nos livros estão as palavras perdidas
Que usas no dia a dia
Sem medo, remorsos, propósitos
Usas sem pedir e sem pensar
Usas sem respeitar.
Nos poetas mortos vês tua salvação
Pelas suas palavras pensas na sua vida
Como se da tua se tratasse.

E nessa fortaleza de compaixão
Que de tudo nada protege
E que de nada se recompõe sem se destruir
Como o vento que nos bate na cara
Choras com um sorriso demoníaco
Aonde apenas o sofrimento te mostra uma felicidade
Enganadora mas precisa.

Fazes os quadros mais magníficos sem olhar
Destruindo-os com o passar dos teus dedos
na delicada tinta fresca.
Vês o que fizeste e sufocaste de suspiros e dissabores
Numa mentira que as tuas palavras criam
Palavras verdadeiras e realistas que te recusas a seguir
Recusas concordando.

Sentes o teu vazio nessa tua fortaleza
A imagem forte por fora e frágil por dentro
De um ser humano sonhador
De um ser humano lutador
De um ser humano perdedor
Contra palavras que recusa concordando.

sábado, 26 de março de 2011

Ódio sorridente.

De viagens e experiências vividas
As pessoas olham e falam da vida
Num momento repentino
Pelo qual não se reconhecem ao espelho.

Suas imagens reflectidas no rio
Onde outrora caminharam em direcção do nada
Com suas mãos agarradas
A um sentimento de luta.

Como anjos numa guerra
Procuram um novo sitio para se acalmarem
Como se fossem a terra
Que cobre os mortos que os agarram na vida.

Consomem uma raiva suicida
De um fogo alarmante
Perigoso e triunfante.
Alegres e vagabundos
Circulam na vida dos outros
E saem da sua sem se apercebem
Num ódio sorridente de vida.

terça-feira, 22 de março de 2011

Desabafos Musicais!

Canção triste
Face de um povo amargurados
Roubos e desabouços
De prolongamentos mal dados.

História aproveitada
De uma força amarrada
Corda bem atada
Com uma politica mal ensinada.

Uma tourada realizada
Neste tempo de mudança
Mudança necessária, precisa
Na arte audível
Contida nesta arma cheia de preserverança.

Canção de intervenção
Mil palavras e um senão
Ingnorança de compreensão
Do significado daquela razão.

A luta continua
Como o objectivo de mostrar a mensagem
Libertar a esperança e alegria
Para aquele que a canção alcança!

Revolução
Finalidade realizada
Numa teia de dissabores
Na qual nos encontramos sem emoção.

Despedida!

Algo se partiu
O tempo foi passando por nós
Quebrou-se como um copo de vidro no chão
Doeu e não passou
Partiu e não voltou.

As lágrimas escondidas nos olhos
Em suspiros, teu nome misturado
E toda a gente sabendo que partias
Parou mas não olhou.

Toda a noite as estrelas guiam
Aquele que não quer crescer
O que se quer manter
Naquele momento
Naquela memória
Naquela hora de despedida.

Vais embora
Viajar, observar,conhecer
Pretendes nunca mais ser encontrada
Agarrar a vida, sem medo
Sem remorsos
E aqui me mantenho eu
Me mantenho neste momento de despedida.

Não consigo ver-te partir
Não o desejo
Quero ver-te neste meu mundo
Mundo qual já abandonaste
Mundo meu que em tudo te ve
Em tudo te chama
Em tudo te toca!

Entras no comboio
Sou o único que olho
O único que te ve partir
O único que te quer ver sair.

Partes!
Distancias-te de mim, de todos
Deito-me no chão da rua
Sinto-me perdido no tempo
Onde algo foi partido.

Observo o céu
Paro meu tempo.
Vejo-te nas estrelas
Nas nuvens, no vento.
Ouço tua voz
Sinto teu cheiro
Teu toque, mas não te vejo.
Percebo que estás comigo
Dentro de mim te vejo
Uma marca interna deixada
Uma recordação gravada
Num sorriso amargurado que tua despedida largava.

Desespero de viver!

Rios de sorrisos navego
Com uma esperança que já me abandonou
Nada me sobra para sentir falta
E assim navego sem direcção.

De entre quadros inacabados
Deixo-me guiar pelas aguarelas que tu me deixaste
E nelas vejo as cores em falta
Cores que teus olhos não coloriram e me deixaram a desmoronar.

Espero junto com os meus demónios
Num deserto impossivel de ultrapassar
A espera de ver o seu fim e minha salvação
Enquanto me despedaço em mil bocados e apenas consigo respirar.

Rastejo, não choro mais
Sinto-me morto por dentro
Inclino-me em direcção do sol e a minha sombra simplesmente não existe.
Nada tem sentido, nada existe
Nâo desejo, não sinto, desespero.

Começo a enlouquecer!
Sinto-me enjaulado em problemas que a vida tende a complicar
Perdi a fome, a razão, o meu ser
Sinto-me só tendo gente ao meu redor
Ando, corro, caio
Sangro dos joelhos e apenas peço para partir de vez.

Pela primeira vez na minha vida tenho medo de morrer
Viver numa mentira  marcada na minha pele
E demonstrada pelos mecanismos exteriores
Das ilusões provocadas por palavras ditas e escritas.

Máquinas controladas por medo
Medo de pertencer a este mundo incompreendido
Com escolhas falhadas e acertadas feitas por todos e nenhum
Pelos punhos cicatrizados das balas disparadas contra os remorsos.

Corações partidos por motivos inexplicáveis
Mudanças de humor repentinas
Quedas gigantes sem tamanho suficente para compreensão
Com o desespero de viver mergulhado em espiritos indescritiveis.

Mergulho no oceano do desespero
Corro atrás da verdade escondida nas cartas que deixas-te para trás
Em meu cabelo ainda sinto tuas mãos
No meu corpo sinto o teu
No meu nariz teu cheiro
Em minha mente, desespero de viver, o teu desespero de viver
O meu novo desespero de viver.