Tudo passou
Estás sozinho e perguntaste
Aonde estão as forças e esperança
Para avançar pelo vale fora.
Nos livros estão as palavras perdidas
Que usas no dia a dia
Sem medo, remorsos, propósitos
Usas sem pedir e sem pensar
Usas sem respeitar.
Nos poetas mortos vês tua salvação
Pelas suas palavras pensas na sua vida
Como se da tua se tratasse.
E nessa fortaleza de compaixão
Que de tudo nada protege
E que de nada se recompõe sem se destruir
Como o vento que nos bate na cara
Choras com um sorriso demoníaco
Aonde apenas o sofrimento te mostra uma felicidade
Enganadora mas precisa.
Fazes os quadros mais magníficos sem olhar
Destruindo-os com o passar dos teus dedos
na delicada tinta fresca.
Vês o que fizeste e sufocaste de suspiros e dissabores
Numa mentira que as tuas palavras criam
Palavras verdadeiras e realistas que te recusas a seguir
Recusas concordando.
Sentes o teu vazio nessa tua fortaleza
A imagem forte por fora e frágil por dentro
De um ser humano sonhador
De um ser humano lutador
De um ser humano perdedor
Contra palavras que recusa concordando.
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