terça-feira, 22 de março de 2011

Desespero de viver!

Rios de sorrisos navego
Com uma esperança que já me abandonou
Nada me sobra para sentir falta
E assim navego sem direcção.

De entre quadros inacabados
Deixo-me guiar pelas aguarelas que tu me deixaste
E nelas vejo as cores em falta
Cores que teus olhos não coloriram e me deixaram a desmoronar.

Espero junto com os meus demónios
Num deserto impossivel de ultrapassar
A espera de ver o seu fim e minha salvação
Enquanto me despedaço em mil bocados e apenas consigo respirar.

Rastejo, não choro mais
Sinto-me morto por dentro
Inclino-me em direcção do sol e a minha sombra simplesmente não existe.
Nada tem sentido, nada existe
Nâo desejo, não sinto, desespero.

Começo a enlouquecer!
Sinto-me enjaulado em problemas que a vida tende a complicar
Perdi a fome, a razão, o meu ser
Sinto-me só tendo gente ao meu redor
Ando, corro, caio
Sangro dos joelhos e apenas peço para partir de vez.

Pela primeira vez na minha vida tenho medo de morrer
Viver numa mentira  marcada na minha pele
E demonstrada pelos mecanismos exteriores
Das ilusões provocadas por palavras ditas e escritas.

Máquinas controladas por medo
Medo de pertencer a este mundo incompreendido
Com escolhas falhadas e acertadas feitas por todos e nenhum
Pelos punhos cicatrizados das balas disparadas contra os remorsos.

Corações partidos por motivos inexplicáveis
Mudanças de humor repentinas
Quedas gigantes sem tamanho suficente para compreensão
Com o desespero de viver mergulhado em espiritos indescritiveis.

Mergulho no oceano do desespero
Corro atrás da verdade escondida nas cartas que deixas-te para trás
Em meu cabelo ainda sinto tuas mãos
No meu corpo sinto o teu
No meu nariz teu cheiro
Em minha mente, desespero de viver, o teu desespero de viver
O meu novo desespero de viver.

2 comentários: